A maneira mais óbvia de se resumir a proposta do filme: Mad Max realista. Realista mesmo, não ´um filme de ação, é um puta de um drama, pesado e muito tenso, sobre um pai (Vigo Mortensen, o Aragorn) fazendo de tudo pra manter seu filho em segurança (não faço idéia de quem seja o moleque) em um mundo pós apocalíptico FODIDO. O passado da família é explicado nos sonhos do "pai" (em nenhum momento dizem o nome dos personagens).
Os dois seguem uma penosa jornada, sempre em direção ao sul, para encontrar o mar, o lugar onde eles imaginam que as coisas são menos perigosas e menos áridas, onde vão poder viver em paz. Não se explica quanto tempo faz desde que a bomba nuclear explodiu e mandou tudo pro inferno... mas pelos cenários dá pra notar que as cidades foram transformadas em montes de escombros empoeirados. Não tem carros, não tem combustível, não tem comida, não tem cor, e não tem quase nimguém vivo. O pouco que sobrou da humanidade se dividiu em dois tipos básicos: andarilhos maltrapilhos raquiticos e que fazem de tudo pra sobreviver; e os malucos canibais que se organizam em gangs... e ventualmente comem (nos dois sentidos) os andarilhos.
Cabe aqui uma coisa que eu ia comentar quando fiz a resenha do Pandorum, mas acabei esquecendo. Os dois filmes levantam uma questão muito interessante: vale a pena continuar vivo quando a única perspectiva de vida é uma existência de medo e a promessa de uma morte horrível e dolorosa ? Quer dizer, qual a grande vantagem de se estar vivo em um undo onde você pode ser devorado/estuprado/estripado a qualquer momento e (quase) todos os seus entes queridos estão mortos ?
Como diz a narração no início "cada dia é mais frio, mais cinza", e a atmosfera que o filme passa é essa mesmo, a civilização, os personagens e até a porra do planeta estão agonizando, e mesmo que se consiga comida, mesmo que eles cheguem ao sul, nada vai impedir a extinsão da raça humana. Eu disse antes, é um filme pesado.
No mais, assistam, assistam, e assistam. O filme é baseado num livro de mesmo nome, do Cormac McCarthy, o cara que escreveu "Onde os fracos não em vez"...
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